Biti Averbach- “diferenciação para fugir do óbvio”

bitinic_1202577865Uma da maiores e mais respeitadas blogueiras de moda da atualidade, produtora  moda, stylist,  ex editora de moda da Marie Claire,  conversou com J&J e falou um pouco sobre seu trabalho, sobre como se diferenciar em meio a uma era onde a informação está ao alcance de todos e de forma gratuita, ainda deu dicas de onde encontrar tendências e o que é necessário fazer para ter sucesso na carreira de produtor de moda. Confere:

 

J&J – Entendemos que a moda por si só tem um ciclo de vida muito efêmero. Da mesma forma, um blog se alimenta do novo. Quando essas duas vertentes se encontram, ficar antenada torna-se uma regra. Percebemos que você consegue acompanhar esse ritmo; qual o processo para o sucesso disso?

 Biti –Hoje, com a internet, o acesso às informações é muito fácil e rápido. Isso é tão fascinante quanto desgastante. Adoro estar a um click de distância de uma nova descoberta. Em contrapartida, se todos tem acesso às mesmas informações, qual é o valor dessa informação? Como se diferenciar, em termos de canal de comunicação? Cada vez mais, no meu blog, tento sair do âmbito da notícia imediata, do hype da vez. Se o assunto é interessante, vou procurar falar dele de outra maneira, acrescentando a minha visão ou fazendo conexões com outros assuntos. Não me interessa falar do que todo mundo fala.

 J&J –Você já colocou em outros momentos que é tímida. Em alguma situação isso atrapalhou sua carreira como editora de moda? Quais são as características essenciais para este ramo?

 Biti –Não acho que minha timidez tenha prejudicado minha carreira. Na minha opinião, uma boa editora de moda tem que ter cultura, entender de fotografia, de arte, de design. E ter imaginação, para criar pautas que fujam do óbvio.

J&J –Pela sua vasta experiência, quais as fontes de pesquisa mais interessantes para se entender os rumos da moda?

Biti –É importante ficar de olho no que acontece nas ruas, no mundo todo. Isso ficou relativamente fácil graças aos blogs de street style como o Feedshion que agrega vários deles em um só lugar (http://www.feedshion.com/). Também acompanho alguns bureaus de tendências, como o Trendwatching (http://trendwatching.com/). E leio muito, principalmente sobre as questões sociológicas que envolvem o consumo. Quem quiser entender a moda com maior profundidade não pode deixar de ler Gilles Lipovetsky, por exemplo.

J&J –Para o nosso orgulho, a moda brasileira faz parte do calendário mundial. Em sua opinião, isso mudou o modo como o mundo nos vê, se comparado aos anos passados?

Biti –Não creio que possa falar com propriedade sobre o assunto, pois requer um distanciamento que não tenho, tanto em termos físicos quanto emocionais. Mas acho que a visibilidade é uma coisa muito positiva, em vários aspectos. O mercado e a cultura de moda do Brasil ainda estão amadurecendo. Mas os nossos estilistas estão deixando de olhar para fora em busca de idéias. Estão realizando trabalhos autorais, e isso, no decorrer do tempo, fará toda a diferença.

J&J –Você pode citar as marcas que você considera as mais inspiradoras, aquelas que sabem utilizar as informações e traduzi-las em produtos de consumo?

Biti – Hussein Chalayan, Comme des Garçons, Yohji Yamamoto, Junya Watanabe, Alexander McQueen, Prada e Gareth Pugh são alguns nomes que me inspiram. Não tanto por traduzir as informações em produtos de consumo, mas por ampliarem os limites da moda com suas inovações. Acho isso fascinante.

 

Não deixem de acessar o blog Modasemfrescura e conferir todo o trabalho dessa grande profissional.

Biti, obrigado pelo carinho e pela atenção! Um grande beijo da equipe da Assessoria J&J.

 

Por Juliana Nascimento, Douglas Oberherr e Marina Cesar.

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